Sempre esperamos que aquelas pessoas que fazem o bem, tenham um coração bom. Mas muitas vezes isso não é verdade, as vezes pessoas tem atitudes boas sem necessariamente possuírem um coração bom. E aqui reside toda a diferença, primeiro porque é impossível conhecer o que se passa dentro do coração de uma pessoa, e segundo, porque as vezes fazemos o mal desejando fazer o bem, e fazemos o bem desejando fazer o mal.
Então, efetivamente não importa se você faz ou não bem, e sim como você faz o bem. As intenções do seu coração é que dirão de você. Mas como não conhecemos nosso coração, e muito menos o do outro, pois ele é enganoso, a questão é, como reconhecer o bem em uma atitude.
Primeiro, porque a pessoa que tem um coração bom, sempre fará o bem. Fazer o bem na vida dessa pessoa não é algo esporádico, não é uma coisa que acontece eventualmente, não é algo que acontece as vezes, sob certas circunstâncias, sazonalmente. É inerente à pessoa, esta dentro dela, faz parte de sua essência, mesmo que elas não queiram fazer o bem, elas se pegam sempre pensando em como ajudar o outro.
Entre outras pessoas, eu conheço duas em especial que tem o coração bom. Meu chefe e minha esposa, cada um a seu modo, mas são pessoas que está na natureza deles ter um bom coração. Eles não lutam para ter um coração bom, ele simplesmente têm um coração bom, as vezes podem até lutar para não serem tão bons assim, já que muitas vezes as pessoas aproveitam dessa bondade.
Mas essas pessoas possuem algo incrível, a capacidade de sempre acreditar no ser humano, de sempre acreditar que as pessoas podem ter tido boas intenções em suas atitudes, de sempre acreditar que as pessoas lhes querem bem, de acreditar que as pessoas são melhores do que realmente são, de acreditar que as pessoas não estão do seu lado só por interesse, de acreditar que os elogios são verdadeiros, que as palavras amigáveis são por reconhecimento, de acreditar que o ser humano é “bom”. Coisa que eu já perdi há muito tempo, em meus tempos idos quando clinicava. Mas isso é outra história.
Isso faz toda a diferença na vida dessas pessoas, quando elas fazem o bem, fazem daquilo que lhes é próprio, daquilo que está dentro delas. E na verdade não importa se as pessoas as estão manipulando, se as pessoas estão lhes enganando, se as pessoas só querem aproveitar da bondade de seu coração. Pois não é importante a atitude do outro, mas a sua própria atitude, pois elas fazem o bem por puro prazer, desinteressadamente, descompromissadamente, com a certeza de que, menos dia, ou mais dia, mesmo que o outro não reconheça suas atitudes, elas fizeram o bem, e pronto.
Eu tenho tentando aprender com eles, mas sei que meu coração é difícil por natureza, que ele é enganoso, que tenho que lutar contra a mesquinhes que abate sobre todos os homens, e eu em especial, tentando a cada momento ser menos medíocre do que sou, menos desconfiado e menos pré-conceituoso. Sei que poderei chegar lá, aprendendo a cada dia a errar menos, já existem bons exemplos para serem espelhados, ou seja, é só segui-los.
Mas a pergunta que as vezes precisa ser respondida é: se meu coração não é lá um gentleman, o que fazer para ter um coração bom? Mas isso fica para o próximo post.
Rubens