O que dizer…
As vezes quero dizer tantas coisas, outras horas não. Dizer do meu amor, dizer do meu desamor, quem sou, quem fui, quem sou. Estou distante de mim, não me conheço, não me reconheço no meu medo, no temor que tateio nos seios de sua boca.
Das dores sofridas, do calor excessivo, da escuridão que se descortina na luz translúcida de querer olhar seu olhar de ternura, de vontade, de desejos do falar suave de cada gesto que toca seu cabelo negro, onde o som de seu cheiro enche meu peito em descompasso.
O que dizer…
Se o amor ali esta onde posso alcançar, mas minhas mãos evitam pegar, tocar seu olhar, com meus sonhos de porquês, sonhos de desejo inconfessos, do amor tão longe mas tão perto, quero o querer de todas as coisas que te cercam de palavras de luz e escuridão, de amor, de temor e alegria, de favor de você que distante está, mas me escapa como o ar que toco sem tocar, nas mãos que tocam o ar.
O que dizer…
Quero, sem quer, tenho sem ter, amo sem ser, falar fácil é, se meus passos não me levam a andar, buscar sua busca incessante de ter-me quando ter-me é ter te comigo além, aquém, falar com amor, de amor se farta quando a palavra se escapa de entre os lábios, que silenciosos pronunciam o silencio do amor distante, quente e ausente como um cobertor em noite fria, escura onde a escuridão esconde a dor do amor.
O que dizer…
Te amo.